Páginas

quinta-feira, setembro 27, 2007

Base rachada

Em novo episódio de estremecimento entre PP e PSDB, o governador Alcides Rodrigues (PP) criticou ontem tucanos que dizem que o partido tem direito garantido de indicar o candidato que representará a base aliada na eleição à Prefeitura de Goiânia no ano que vem. “Abrir ou não abrir mão (do direito de indicar) é relativo. A escolha do nome seguirá critérios específicos.”

O governador disse não concordar com líderes do PSDB que dizem que o partido cedeu a cabeça de chapa ao PP em duas eleições consecutivas – em 2004, para Sandes Júnior; e em 2006, para o próprio Alcides – e que, por isso, tem como certa a vaga do candidato que deve enfrentar o prefeito e aspirante à reeleição, Iris Rezende (PMDB). “São cenários diferentes. Naquele ano (em 2006), minha candidatura era natural. Nada com a barra forçada dá certo.”

Alcides falou da possibilidade de divisão da base aliada entre dois ou mais candidatos. E admitiu a existência de grupo no governo favorável ao lançamento de mais de um nome, estratégia que teria como objetivo forçar a divisão dos votos de Iris e garantir segundo turno.

Disse que é “prematuro” dizer qual caminho os partidos do grupo governista seguirão, mas reconheceu como “legítima” a vontade das legendas de lançar suas próprias chapas. Além do PSDB, aliados como o PTB e mesmo o PP já declararam essa intenção.

O governador também comentou a ameaça feita por alguns presidentes de partido, como o deputado federal Jovair Arantes (PTB), que diz que o adiamento da escolha do candidato da base para depois de dezembro, no caso de candidatura única no bloco governista, poderia provocar a saída de algumas das legendas da chapa, como é o caso do próprio PTB. “Agora, nesse momento, é normal que os espíritos se exasperem e com isso aumente o senso de competitividade. É um processo natural.”

De acordo com Alcides, apenas após o fim do prazo para troca de partidos e filiação partidária para 2008, que vence no dia 5 setembro, será possível dar início às negociações para composição de chapas. Ele evita estipular um prazo para o fim das articulações e indicação dos candidatos, mas lembra que sua candidatura, apesar de confirmada onze anos antes das eleições de 2006, só começou “oficialmente” com as convenções partidárias.

Nomes
A insistência tucana em lançar chapa contrasta com a falta de candidatos. No início da semana, o senador Marconi Perillo (PSDB) reuniu a bancada de deputados do partido para confirmar, pelo voto da maioria, que, de uma vez por todas, não disputará a prefeitura.

O senador insiste na candidatura do ex-prefeito Nion Albernaz, 77, que não está disposto a interromper sua aposentadoria. Restam ao partido os nomes da deputada federal Raquel Teixeira, desgastada por deixar a Secretaria de Cidadania sob alegação de falta de recursos após dois meses no cargo, e Antonio Faleiros, presidente do partido por cinco mandatos, mas com pouca consistência eleitoral. Outro nome seria o ex-secretário da Fazenda José Paulo Loureiro, mas ele descarta.

Nenhum comentário: