Renan intimidou senadores
- Senadora Heloísa Helena. A senhora sonegou o pagamento de impostos em Alagoas. Deve mais de R$ 1 milhão. Tenho um documento aqui que prova isso. E nem por isso eu o usei contra a senhora - disparou Renan Calheiros ao se defender da tribuna do Senado pouco antes de ser absolvido pela maioria dos seus pares.
- É mentira, mentira - gritou a presidente do PSOL sentada no meio do plenário. Pouco antes, ela subira à tribuna para atuar como advogada de acusação.
Renan não deu bola para a reação de Heloísa. Em seguida, virou-se para Jefferson Perez (PDT-AM) e comentou:
- Veja bem, senador Jefferson Perez. Eu poderia ter contratado a Mônica [Veloso, ex-amante dele] como funcionária do meu gabinete. Mas não o fiz.
Perez nada disse. Ouviu calado.
Então foi a vez do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Renan disse olhando diretamente para ele:
- A Mônica Veloso tem uma produtora. Eu poderia ter contratado a produtora dela para fazer um filmete e pendurar a conta na Secretaria de Comunicação do Senado. Eu não fiz isso.
Simon ouviu calado.
Registre-se que o clima de intimidação dos senadores começou a ser criado logo no início da sessão quando discursou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Ele foi o primeiro a falar.
Duas pérolas produzidas por Dornellles:
- Crime tributário não é causa para quebra de decoro.
- Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores. Porque muitos aqui têm problemas fiscais.
Dornelles foi secretário da Receita Federal no governo de João Figueiredo, o último general-residente da ditadura de 1964. E depois foi ministro da Fazenda do governo José Sarney.
12.9.2007
| 17h27m
Palmas!!! Bis!!!
Parabéns ao senador Renan Calheiros. Parabéns aos senadores Alosio Mercadante (PT-SP) e Ideli Salvati (PT-SC) que suaram a camisa para absolver Renan. Parabéns ao Senado que preferiu se confundir com seu enlameado presidente.
Atualização das 17h31 - "E aí, presidente? É verdade que o senhor vai oferecer uma festa hoje?" - perguntou Gustavo Noblat, repórter do blog, ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) que saia apressado do prédio do Congresso em direção ao seu carro. Estava cercado por jornalistas e seguranças.
- Festa? Não tem festa. Vou para uma igreja rezar.
Renan saiu do prédio do Congresso debaixo de vaias dos jornalistas Chegou a ouvir o grito de "ladrão".
Agora me lembrei que os jornalistas costumavam vaiar Fernando Collor de Melo quando ele foi candidato a presidente da República em 1989. Na época, a maioria dos jornalistas encarregada da cobertura das eleições torcia pela vitória de Lula.
12.9.2007
| 17h17m
Julgamento
Absolvido!!!
(Antes, aqui)
O Senado acaba de absolver Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebra de decoro por ter se socorrido de Cláudio Gontijo, lobista da Construtora Mendes Junior, para pagar parte de suas despesas com a ex-amante, e mãe de uma filha dele, a jornalista Mônica Veloso.
Foram 40 votos pela absolvição, 35 pela condenação e 6 abstenções.
O processo contra Renan, condenado por 11 votos contra 4 no Conselho de Ética do Senado, arrastou-se por pouco mais de 120 dias. Foi conduzido pelo próprio Renan, que escalou a maioria dos membros do Conselho de Ética e interferiu em todas as etapas do processo.
Ele terá mais dois processos para responder - ambos por quebra de decoro. E talvez um terceiro.
Um tem a ver com a ajuda que ele teria dado à cervejaria Shincariol para que ela se livrasse de dívidas com o INSS. Em troca, a cervejaria comprou à família Calheiros uma empresa de refrigerantes falida. O relator do processo é o senador João Pedro (PT-AM).
O outro processo, ainda sem relator nomeado, tem a ver com a compra feita por Renan, em sociedade com o usineiro João Lyra, de um jornal e duas emissoras de rádio em Maceió. Renan é acusado de ter usado "laranjas" na operação.
Há uma terceira denúncia contra Renan que ainda não virou processo. O advogado Bruno Lins, afilhado de casamento dele, sustenta que Renan encabeçou um esquema de arrecadação de dinheiro em ministérios controlados pelo PMDB.
12.9.2007
| 17h15m
Julgamento de Renan
80 já votaram. Só falta um
Deu um problema técnico por aqui e um dos senadores ainda não conseguiu votar. Quando ele conseguir, o resultado será computado e estampado no painel eletrônico.
12.9.2007
| 17h05m
Julgamento de Renan
"Não há provas. Tudo isso é culpa da mídia"
Renan Calheiros está se defendendo há mais de 15 minutos da tribuna do Senado. Ele disse há pouco que não cabe ao Senado julgá-lo politicamente. "O julgamento deve ser jurídico, com base em provas. E as provas não existem" - decretou.
Jogou a culpa de tudo na mídia.
Antes dele falou a ex-senadora Heloíosa Helena, presidente do PSOL, partido que apresentou o requerimento que abriu o processo contra Renan por quebra de decoro. Ela disse que era o presidente do Senado que seria julgado - não o Senado. Foi moderada em seu discurso.
O melhor discurso que ouvi até agora foi de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Jarbas foi muito hábil. Disse lá pelas tantas:
- Não sou candidato a presidente do Senado. Não serei candidato. Não disputarei nada. O governo não está sendo julgado aqui. Quem está sendo julgado é o senador Renan Calheiros.
Jarbas tentou enfraquecer o discurso, que está sendo usado aqui dentro por vários senadores do PT, de que tudo não passa de uma manobra da oposição para desestabilizar o governo.
Não sei se conseguiu. Só vejo aqui dois senadores do PT aparentemente dispostos a votar pela cassação de Renan: Suplicy (SP) e Delcídio Amaral (MS). Mesmo esses dois estão muito calados.
A única parte boa dessa sessão de julgamento foi o intervalo de 15 minutos. Aí saímos para a sala do cafezinho e ali comemos quibe e sanduiche de tomate com peito de galinha e alface. Estávamos todos famintos.
Os deputados que assistem à sessão avançaram com apetite sobre o lanche. Ouviram poucas e boas de um dos senadores.
- Vocês foram autorizado a assistir à sessão, a comer, não - disse um deles.
Quando Renan terminar de falar, terá início a votação. Ou seja: daqui a pouco.
12.9.2007
| 16h49m
Julgamento de Renan
Boi na telinha
Impedida de transmitir a sessão secreta de julgamento de Renan Calheiros (PMDB-AL), a TV Senado exibe uma extensa reportagem sobre a produção bovina do país. Como nossos bois são criados. Quanto eles rendem em matéria de divisas para o país. Das vantagens de se investir em bois, etc e tal.
A reportagem passa ao largo de bois voadores...
12.9.2007
| 16h37m
STF acaba com a Bolsa Pijama de Zeca do PT
Em dezembro do ano passado, dois dias antes de terminar o segundo mandato de Zeca do PT como governador do Mato Grosso do Sul, entrou em vigor no Estado uma emenda constitucional que permitiria a ele, na condição de ex-chefe do Estado, continuar recebendo o salário mensal de R$ 22.100 pelo resto da vida. A Assembléia Legislativa aprovou a emenda em sessão secreta.
Foi um presente e tanto para Zeca do PT. Bom enquanto durou. O Supremo Tribunal Federal decretou há pouco o fim da chamado Bolsa Pijama, ao acolher ação de inconstitucionalidade (Adin) proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Os ministros já haviam concedido liminar suspendendo o pagamento da pensão até que a decisão final fosse tomada. Agora, por maioria, resolveram acabar de vez com a mamata do ex-governador. Depois de dois adiamentos por pedidos de vista, o placar final ficou em 10 a 1. Somente Eros Grau julgou a ação improcedente, em sessão de agosto.
Com a decisão, o entendimento da corte deverá valer para ações referentes a casos semelhantes no Amapá, Maranhão, Ceará e em Santa Catarina. Outros sete Estados também pagam pensão a ex-governadores – Acre, Amazonas, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rondônia e Rio Grande do Sul.
O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, disse ao blog o que pensa sobre o Bolsa Pijama:
- O Estado não é 'casa da mãe da Joana', não tem a obrigação de prover as vontades pessoais daqueles que provisoriamente contribuíram na condição de servidor público. Ninguém é eleito para ser ex-governador e receber pensão vitalícia.
12.9.2007
| 16h24m
Julgamento de Renan
Pela absolvição
O senador Marconi Perilo (PSDB-GO) e o deputado Osmar Serráglio (PMDB-PR) saíram há instantes do plenário do Senado e disseram a um grupo de jornalistas que o clima lá dentro é favorável à absolvição de Renan Calheiros (PMDB-AL).
Esta manhã, nas contas de Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo no Congresso, estava 40 votos x 40. A decisão seria por um voto só de diferença. São 81 senadores.
12.9.2007
| 16h12m
Julgamento de Renan
Demóstenes bate-boca com Renan
Sujou! Teve um bate-boca feio por aqui no plenário do Senado entre Demóstenes Torres (DEM-GO) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Demóstenes disse que a defesa apresentada por Renan foi "burra". Porque Renan entregou ao Conselho de Ética documentos que a Polícia Federal considerou depois cheio de falhas. "Foi o próprio senador Renan Calheiros quem se auto-incriminou", argumentou Demóstenes.
Aí Renan perdeu aquele ar de bom moço com o qual costuma se apresentar publicamente. Fechou a cara e, em voz alta, exigiu respeito. Aí Demóstenes fez de conta que recuava na observação que fizera antes e emendou: "Digamos que sua defesa foi pouco inteligente".
Isso aqui está uma chatice só. Todos sabem como votarão. Esse lero-lero de acusação e defesa não muda mais a posição de ninguém. Ouvi há pouco de Elizeu Resende (DEM-MG) que ele votará como manda a direção do seu partido. Ou seja: votará pela cassação de Renan.
E Mercadante não pára. Nem Ideli. Corre aqui dentro a história não comprovada de que Lula mandou oferecer certas vantagens a senadores que oscilam entre condenar ou absolver Renan. Não creio nisso.
Fonte: Blog do Noblat
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