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sábado, setembro 29, 2007

ROMPIMENTO - PP ameaça lançar candidato em 2010


O bom público presente ao encontro regional do Partido Progressista (PP), realizado ontem em Itaberaí, viu os principais líderes pepistas darem como incerta a única certeza que ainda existia na base aliada: a de que o senador Marconi Perillo (PSDB) se candidataria ao governo do Estado pela terceira vez em 2010 e reuniria os partidos da base, hoje sob forte crise de identidade.

O clube que sediou o encontro é o mesmo que serviu de palco para pregações de unidade e críticas indiretas dos tucanos ao PP há duas semanas. Sobre o tablado, o presidente regional do partido, ex-deputado Sérgio Caiado, afirmou que não há candidatos naturais da base aliada para 2010, e que o partido estuda lançar nomes para a disputa. “Temos de nos preparar para isso. Há essa possibilidade e o partido tem de se preparar. Não existe candidatura natural de ninguém quatro anos antes.”

Os discursos do secretário extraordinário Roberto Balestra e do governador Alcides Rodrigues (PP), que encerrou o evento, confirmaram a disposição do PP em se lançar à frente do caminho de Marconi. “Não existe candidato natural em 2010. Se o candidato consegue unir a base, ele é natural. Se tiver de ir na disputa, ele não é candidato de consenso, não é natural. E não existe um nome de consenso”, afirmou Balestra.

“Qual o partido que não quer ter um candidato e um governador? Todos querem. Se você perguntar a todos os partidos, todos querem. 2010 está muito longe. Nós estamos preocupados é com 2008“, desconversou Alcides.

Em frente à fila de manifestantes que esperavam para se servir de churrasco, Sérgio Caiado brincou com a tese de candidatura própria, que havia acabado de levantar. Disse que o candidato do partido é Alcides Rodrigues, e que, “depois de Lula, todos têm direito de pleitear um terceiro mandato”.

Primeiro round

Em clara sinalização de que pretende entrar no páreo pelo governo daqui a três anos, Marconi chegou a pedir paciência a tucanos afoitos por cargos no governo, em outro encontro regional do PSDB, realizado no dia 7 de julho no município de Orizona. “Aqueles que estão no partido hoje serão aqueles que governarão conosco em 2011.”

A divisão entre pepistas e tucanos, prenunciada para a eleição ao governo do ano que vem, deve ter seu primeiro capítulo nas eleições de 2008, para a Prefeitura de Goiânia. O PP corteja o deputado federal Luiz Bittencourt (PMDB) e, com o aval de Alcides, estaria disposto a bancar sua candidatura. O governador confirmou em Itaberaí que teria audiência com Bittencourt horas depois, em Goiânia, mas não disse se ofereceria a ele a cabeça de chapa do partido à eleição.

O PSDB, por sua vez, insiste que, por ter abrido mão em duas eleições consecutivas para candidatos do PP – como Sandes Júnior, em 2004, e Alcides, em 2006 –, tem direito garantido de indicar o prefeitável da base aliada ano que vem. Há dois dias, o governador condenou as pretensões tucanas. “Abrir ou não abrir mão (de indicação) é relativo. A escolha seguirá critérios específicos. Nada com a barra forçada dá certo.”

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