Oito vereadores de Minaçu (a 527 km de Goiânia) foram afastados liminarmente ontem de seus cargos sob acusação de desvio de verba pública. Apenas um parlamentar da Câmara Municipal não foi incluído na decisão judicial, assinada pelo juiz de Direito substituto Lázaro Alves Martins Júnior, da Comarca do município. Além do afastamento temporário, foi determinada a indisponibilidade de bens e quebra de sigilo bancário do acusados. A ação ainda envolve outras 20 pessoas. Cabe recurso ao Tribunal de Justiça.
Em março de 2006, o promotor de Justiça Mário Caixeta solicitou abertura de inquérito civil público para apurar irregularidades supostamente cometidas pelo ex-presidente da Casa, Lindomar Argeu de Carvalho. No decorrer das investigações, posteriormente assumidas pelo promotor de Justiça Juan Borges de Abreu, chegou-se à informação de que os demais vereadores estariam envolvidos em esquema de desvio de quase R$ 500 mil de verbas destinadas à manutenção dos respectivos gabinetes. Seriam fraudes feitas por meio de locação e abastecimento de veículos, sem processos licitatórios. O inquérito foi concluído no mês passado e incluiu outros réus, com destaque para José Miranda da Costa, contador da Câmara.
A renúncia do ex-chefe do Legislativo coincidiu com a notícia de que teria se apropriado de R$ 130 mil de uma só vez da Câmara, sem informar qual o destino do dinheiro. Em dezembro do ano passado, Lindomar renunciou ao mandato, dando lugar ao suplente, único vereador mantido no cargo. Depois do saque bancário, o ex-vereador deixou a cidade acompanhado da esposa, Patrícia Borges. Antes disso, deixou com assessores documentos denunciando irregularidades feitas por colegas de Parlamento. Os oito vereadores afastados ontem negam envolvimento no esquema e apenas alguns dos 20 outros réus confessam participação.
O promotor pretende entrar com ação criminal contra os suspeitos por peculato, formação de quadrilha e dispensa de licitação. Em outra ação civil pública, Juan Borges formalizará denúncias já apuradas contra os parlamentares, as quais dão conta de desvios financeiros através da contratação de servidores fantasmas ou repasse dos respectivos vencimentos dos nomeados aos vereadores. Com o afastamento, a rigor, os suplentes devem assumir os postos vagos a partir da próxima sessão da Câmara, marcada para a próxima segunda-feira.
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