Nesta última quinta, Lula dividiu a mesa do café da manhã com 11 jornalistas. Conversaram por uma hora e meia. Lero vai, lero vem alguém perguntou ao anfitrião se ele disputaria um terceiro mandato em 2010. E ele: “É muito improvável e inexeqüível. E não se poderia brincar com a democracia."Ora, “improvável” não é sinônimo de impossível, alguém ponderou. E Lula, tentando ser mais enfático: "Eu acho impossível. Nada é impossível, mas não há essa hipótese. É brincar com a democracia". Disse ter sido reeleito sob as regras da Constituição, as quais não tenciona desrespeitar.
Sabe-se que há um sem-número de petistas caraminholando o triplo mandato. Se Lula estivesse na conspiração, convenhamos, não diria a 11 jornalistas, entre a mordida no pão e o gole no café. O que tranqüiliza, neste caso, é que, em privado, o presidente vem dizendo a mesma coisa.
Melhor assim. O país recobrou a consciência democrática há 22 anos. É pouco tempo, não há dúvida. O bastante, porém, para perceber as belezas da alternância do poder. Lula falou sobre outros temas: economia, reforma ministerial, George Bush, segurança pública e outros babados.
Sobre economia, disse que nem mudará a equipe nem alterará a política. Leia aqui o relato de Eliane Cantanhede, que esteve à mesa com o presidente. Horas depois do palanfrório de Lula, foi à bandeja a cabeça de Afonso Bevilaqua. Vem a ser o direitor de Polícia Econômica do Banco Central, bastião do gradualismo na queda da taxa de juros. O escalpo de Bevilaqua era pedido por 11 em cada dez petistas. Dentro e fora do governo.
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