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segunda-feira, março 10, 2008

Criança morre sufocada no Jardim Flamboyant

Cristiane Lima

A desempregada Suleima Domingos Ferreira, 28, mora em uma casa de três cômodos no Jardim Flamboyant, em Senador Canedo, com o marido e quatro filhos em situação de extrema pobreza. No armário, apenas um pacote de fubá aberto. Não tem geladeira, sofá, nem televisão. E desde ontem a desempregada vive mais um drama. Um filho de apenas um mês e dez dias morreu depois que ela, sem a intenção de machucá-lo, cochilou por cima do bebê. O fato ocorreu por volta de 1 hora da manhã de domingo. Quando acordou, Suleima percebeu que o filho não estava respirando e acionou o Corpo de Bombeiros. A criança foi levada para o Pronto-Socorro (PS) do município, mas já teria chegado ali sem vida.A assessoria de imprensa do Pronto-Socorro Vila Santa Rosa, onde o bebê foi atendido, informou que a criança tinha hematomas no corpo, com sinais de esmagamento. Informou também que a mãe apresentava estado de embriaguez. O conselheiro tutelar do município, Claudionor Araújo, disse que aguarda o laudo do Instituto Mádico-Legal (IML) para tomar as medidas cabíveis em relação ao fato. O resultado deve sair em 20 dias. Claudionor afirmou que vai acompanhar a família com visitas e, se necessário, encaminhar tratamento psicológico para os pais. “Se for comprovado que houve negligência da mãe, vamos encaminhar o caso ao Ministério Público (MP) para enquadrar o responsável de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.”O marido de Suleima e pai da criança, Marcelo de Jesus do Carmo, 25, disse que está chocado com a morte do filho. No momento do acidente, ele estava na casa da irmã, que é vizinha do casal. Marcelo ressaltou que Suleima é uma boa mãe e que sempre teve zelo com todas as crianças. “Minhas crianças têm sete, quatro e 11 anos. Todas são cuidadas com carinho e amor. O que aconteceu foi uma fatalidade e poderia ter acontecido com qualquer pessoa”, completa.Ao chegar do sepultamento do filho caçula, por volta das 17 horas de ontem, o casal era aguardado por vizinhos e alguns parentes. A tristeza nos olhos da mãe foi amparada pela palavra de conforto de cerca de dez pessoas que a esperavam na pequena sala de sua casa. Suleima contou que o filho já nasceu com problemas respiratórios e, para piorar, ela não teve leite materno.

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