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quinta-feira, março 13, 2008

MP pediu a prisão de Sérgio Bravo

Bruna Mastrella

O vereador Sérgio de Souza Bravo (PR), líder do governo na Câmara de Senador Canedo, a 16 quilômetros de Goiânia, e seu irmão, Marcos Bravo, foram presos ontem por crime eleitoral. Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público, ambos participavam de esquema de transferência fraudulenta de domicílio eleitoral para influenciar o resultado das eleições municipais deste ano. O mandado de prisão preventiva foi expedido na terça-feira (11) pela juíza Aline Vieira Tomás após acatar denúncia do promotor de justiça Glauber Rocha, da área de Defesa do Patrimônio Público.

Conforme o procedimento instaurado por ele em janeiro, Sérgio e Marcos Bravo atuavam em esquema de recrutamento de moradores de outros municípios, como Goiânia, para que transferissem seus títulos de eleitores para Senador Canedo. Para evitar suspeitas, eles usavam os endereços de outras pessoas que, de fato, residem na cidade. Ao todo, o promotor comprovou a utilização irregular de 22 domicílios diferentes – alguns localizados no Conjunto Valéria Perillo, onde Marcos Bravo preside a Associação de Moradores.

A comprovação da fraude, conforme a denúncia, se deu no dia 23 de janeiro, quando o promotor flagrou um casal tentando transferir os títulos para o município. “Eles confessaram que estavam fazendo aquilo a mando do vereador Sérgio Bravo, mas não disseram se recebiam algum favor em troca”, revela. Glauber Rocha acredita que os proprietários das residências usadas nos esquema sejam coniventes com o esquema, que, para ele, contém a participação de outros vereadores.

O vereador foi preso às 16h30, na Câmara. Assustado, recusou-se a falar com a imprensa. Já seu irmão só foi detido após as 18 horas. O cumprimento dos mandados foi feito por policiais civis de Goiânia. O delegado titular Lindenor Chaves não informou o teor do depoimento de Sérgio Bravo. Após as prisões, advogados queriam ter acesso à cópia da denúncia para tomarem providências.

Os acusados responderão pelo crime eleitoral, por induzir alguém a se inscrever eleitor com infração, o que pode gerar reclusão de até dois anos e multa.O presidente da Câmara, Paulo Roberto dos Santos (PSS), se disse surpreso e acionou a assessoria jurídica da entidade para estudar o caso. “Em ano eleitoral é comum denúncias como essas”. Para o promotor Glauber Rocha, o significado das prisões representa o fortalecimento da democracia. “Não importa quanto tempo fiquem presos, já é um ganho enorme”, avalia.

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