Petrobras vai investir cerca de US$ 1 bilhão no alcoolduto de Senador Canedo

O trajeto definitivo para o primeiro grande alcoolduto do País, para escoar etanol de Goiás ao Porto de São Sebastião (SP), vai passar pelo município de Senador Canedo (GO). A empresa informou que os estudos técnicos, econômicos e financeiros serão finalizados nos próximos doze meses, e a conclusão da obra está prevista para 2010. Os investimentos totalizam cerca de US$ 1 bilhão. A obra começará após assinatura dos contratos de fornecimento de álcool, ainda sem data prevista.Com 1.150 quilômetros, a rede sairá de Senador Canedo, atravessará Minas em direção a São Paulo, passando por Ribeirão Preto e pela Refinaria de Paulínia, até o porto. A Petrobras deve concluir estudos referentes à construção do alcoolduto ligando o interior de Goiás ao porto de São Sebastião neste semestre. A preparação da infra-estrutura prevê a contratação de navios adaptados para transportar o produto.Ontem,o secretário de Comércio Exterior de Goiás, Ovídio de Ângelis, e os empresários Igor Montenegro (ex-Sifaeg), André Rocha (Sifaeg) e Edson Tavares (Porto Seco Centro-Oeste) tiveram audiência com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, e com o superintendente comercial de Etanol e Biodiesel, Silas Oliva. No encontro, na sede da Petrobras (RJ), abordaram o mercado internacional para etanol e o projeto de construção do alcoolduto para o escoamento da produção goiana.Segundo o prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Vieira, a obra vai representar maior geração de impostos e renda para o município. “O alcoolduto deve aumentar o volume das distribuidoras no local, que hoje são quase 30. E vai significar também maior oferta de serviços relacionados”, diz. As instalações do duto vão permitir o transporte de 800 milhões de litros de álcool por ano. Mas a estatal já trabalha em outra variante, que interligará o interior de São Paulo até o litoral do Rio de Janeiro (no terminal de Ilha D Água), passando pelo interior de Minas Gerais. Com isso, a capacidade de exportação pulará para 4 bilhões de litros por ano. Terceira opção será a construção de um duto interligando Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá, no Paraná. Ainda não há decisão sobre quando pode ser iniciado.A parceria operacional para a realização do empreendimento está acertada entre Petrobras e as empresas Mitsui e Camargo Correa. A estatal está trabalhando mercados como Japão, Coréia do Sul, Índia e Estados Unidos. E a Petrobras ainda pretende investir em outras modalidades de transporte, como na hidrovia São Simão – Tietê.Após o fechamento dos primeiros contratos, os japoneses deverão receber o combustível brasileiro entre um e dois anos. Esse é o prazo necessário para a construção das unidades produtoras e do alcoolduto. O diretor afirma que, pela proximidade com o trajeto, as destilarias construídas serão, em sua maior parte, em Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.