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sexta-feira, março 09, 2007

Bush chega para uma visita de dois dias ao Brasil



O presidente dos EUA, George Bush, chegou ao Brasil, às 20h. Desembarcará no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O pano de fundo da visita é a estampa fantasmagórica de Hugo Chávez, que, a propósito, organizou uma agenda alternativa à de Bush.

Lula encontrará Bush nesta sexta-feira (9), também em São Paulo. Vai à mesa um tema que interessa aos dois presidentes: o etanol. Lula quer investimentos dos EUA. Algo que Bush admite fazer. O presidente brasileiro também quer que seja eliminada a sobretaxa cobrada do álcool que o Brasil exporta para os EUA. Bush não quer nem ouvir falar nisso. Nesta quinta-feira (8), às vésperas da reunião com o colega norte-americano, Lula tentou fazer crer que falará. E grosso.

Depois de reunir-se, em Brasília, com o presidente da Alemanha, Horst Koehler, Lula mencionou os subsídios que Washington e Europa concedem aos seus agricultores. Produzem, segundo disse, efeitos “nefastos”. “Está na hora de uma decisão política", emendou. "Queremos que a União Européia flexibilize o acesso ao mercado agrícola dos países mais pobres. E nem falo do Brasil, que tem competitividade na área agrícola. O que nós queremos é que os Estados Unidos diminuam os subsídios, tão importante para os agricultores norte-americanos, mas tão nefastos para o livre comércio”.

Um exército de cerca de 4 mil homens –entre PMs, soldados do Exército e agentes norte-americanos—foi mobilizado para proteger Bush em seus deslocamentos na cidade de São Paulo e arredores. Nesta sexta (9), antes de avistar-se com Lula, na hora do almoço, o companheiro Bush visitará uma instalação da Transpetro, em Guarulhos.

A Aeronáutica restringirá a movimentação de aeronaves no espaço aéreo num raio de 5 km a partir do trajeto que Bush. O objetivo não-declarado da providência é evitar que a comitiva norte-americana seja alvejada pelo alto.

Em terra firme, organizaram-se manifestações de repúdio à visita de Bush em vários pontos do país. Contam com o apoio explícito do PT de Lula.

Do Brasil, Bush voará para a Colômbia, Uruguai, Guatemala e México. A julgar pelo que se descobriu em Bogotá, as preocupações com a segurança não são despropositadas. Desmontou-se uma tentativa de atentado contra Bush. Para tentar atenuar a antipatia que ateia na alma dos irmãos do Sul, Bush anunciou, no início da semana, o aumento das migalha$ que distribui à plebe do continente. A Casa Branca planeja gastar US$ 385 milhões num programa de moradia para famílias do México, do Brasil e do Chile.

Enquanto estiver em São Paulo, Bush irá desfrutar de uma hospedaria chique, o Hotel Hilton Morumbi. Ficará na suíte presidencial. Mede algo como 300 metros quadrados. Custa R$ 12 mil por dia. O governo norte-americano promoveu uma autêntica ocupação do hotel. Reservaram-se todas as 485 suítes disponíveis no prédio. Por sorte, a ocupação ianque limitou-se às fronteiras do hotel. Melhor assim. Como bem demonstra o curta-metragem de animação de Abel Filho (disponível lá no alto), se ousarem invadir o Brasil, os EUA levarão uma coça inesquecível.


PS.: O Air Force One aterrissou em Cumbica precisamente às 20h04. Bush e Laura (foto abaixo) foram os primeiros a dar as caras na porta da aeronave. Foram recepcionados ao pé da escada pelo embaixador do Brasil nos EUA, Antônio Patriota, e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL).




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