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sexta-feira, março 30, 2007

Previdência será reformada? Não, sim, não, sim...


Em matéria previdenciária, a palavra de Lula e de seu governo não deve ser levada a sério por períodos superiores a sete, oito dias. Não é uma área em que as posições oficiais devam ser levadas às ultimas –ou mesmo às penúltimas—conseqüências.

Sob Lula II, a Previdência já foi reformada e desreformada um sem-número de vezes. Primeiro, foi dito que Lula completaria agora a meia-sola que fizera no primeiro mandato. Depois, informou-se que não haveria reforma. O presidente chegou mesmo a difundir a idéia de que não há déficit na Previdência.

Veio em seguida o lero-lero de que o governo melhoraria a gestão da máquina previdenciária. Até grupo de trabalho foi constituído. Súbito, Carlos Lupi, presidente do PDT, ganhou o noticiário como novo ministro da Previdência. E as reformas –gerenciais, constitucionais ou de qualquer tipo—subiram no telhado. De novo.

Na última volta do ponteiro do relógio, Lula despachou Lupi para o Trabalho e o companheiro Luiz Marinho virou titular da Previdência. De repente, quando já se imaginava que a reforma previdenciária descera à cova, Lula a ressuscitou.

Ao discursar na solenidade de posse de mais cinco ministros, disse que não deu a Previdência a Lupi porque partido dele, o PDT, é dogmaticamente contrário a mudanças no setor. Mudanças que, aparentemente, voltaram a freqüentar os planos do governo: "Por que [Lupi não ficou com a Previdência]? Porque era muito complicado colocar companheiro para fazer política na Previdência sabendo que para seu partido essa é uma coisa de fé. Ele teria dificuldade em alguns temas que vamos ter que discutir para as futuras gerações."
A disposição reformista passou a ser tão intensa que o companheiro Marinho, agora titular da pasta da Previdência, sentiu a necessidade de desestimular uma corrida à aposentadoria. Seja como for, o signatário do blog recomenda a seus (poucos) leitores que esqueçam tudo o que acabaram de ler. Em sete, oito dias, tudo pode ser diferente.
Lula falou também da TV do Executivo –“Não será chapa branca”— e de muitas outras coisas. Os novos ministros trataram de demarcar os respectivos terrenos. Carlos Lupi (Trabalho) tentou minimizar as resistências da CUT à sua nomeação. Miguel Jorge (Desenvolvimento) disse que vai priorizar o mercado interno. Alfredo Nascimento (Transportes) deseja dar prioridade aos investimentos previstos no PAC. E Franklin Martins (Comunicação Social) acenou com a melhoria das relações de Lula com a imprensa.

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