Páginas

domingo, março 11, 2007

Menino espanca cinco irmãos a pedido do pai


“Não sei dizer o que senti quando vi as crianças. Foi a cena mais chocante em nove anos de atuação no conselho tutelar. Policiais, peritos do I.M.L e a prefeitura sensibilizaram-se com o caso”. Foi assim, sem saber como se expressar diante de tanta violência que o conselheiro tutelar de Senador Canedo, Adelino Furtado, iniciou a conversa com a reportagem do DM, na tarde de ontem, sobre o espancamento de cinco crianças na última sexta-feira, 9, em Senador , a 18 quilômetros de Goiânia.Segundo o conselheiro tutelar, as crianças foram espancadas pelo irmão mais velho, F.A.J, 14, a mando do pai, o comerciante, Francisco Aquino,55, na casa da família. As vítimas tiveram lesões profundas e foram levadas ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).Adelino Furtado contou que a briga se deu por conta de R$ 35 que sumiram da carteira do pai das crianças. “Como não sabia ao certo quem era o responsável pelo sumiço, Francisco mandou o filho mais velho bater neles (nas cinco crianças) e descobrir quem havia roubado. Como nenhum admitiu, Francisco mandou que o filho batesse sem dó”, relata indignado o conselheiro.A sessão de tortura durou cerca de 40 minutos, até que uma das vítimas, E.P.A, de 11 anos, conseguiu fugir de sua residência e, ao correr pela rua, deparou-se com uma viatura da Polícia Militar (PM) que trafegava por lá naquele momento por coincidência. “Os policiais perceberam que a criança estava sangrando e a abordaram”, prossegue Adelino.Após a abordagem policial, a vítima contou o que estava acontecendo com os outros irmãos. Os policiais entraram na casa e prenderam em flagrante, o pai, a mãe, Alaídes Pereira da Silva, e o menor, F.A.J, 14. Na hora da detenção, duas das crianças sofriam a agressão e foram conduzidas para o pronto-socorro. Outras três foram escondidas pelos pais e não foram encontradas pelos policias.As vítimas foram encontradas com cortes profundos pelo corpo e encaminhadas para o pronto-socorro da cidade, onde tiveram os primeiros atendimentos. Depois passaram pelo Hugo e Instituto Médico Legal (I.M.L), onde foram feitos os laudos técnicos. Segundo o relatório, os ferimentos foram provocados por um aço cortante.

Nenhum comentário: