As portas da corrupção no Brasil costumam ser abertas por políticos e empresários. A esfera pública é invadida constantemente pela privada. Nessa mecânica irresponsável, a política cria vínculos empresariais que envolvem saques dos cofres do povo para fomentar campanhas eleitorais e beneficiar pessoas ligadas aos grupos políticos. Na terça-feira, a polícia revelou o que seria um esquema de fraude às licitações que deu um prejuízo que chega a R$ 10 milhões aos cofres públicos de Catalão.
As obras do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, também estão paralisadas por conta de suspeitas de sobrepreço detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).Cláudio Weber Abramo, da ONG Transparência Brasil, afirma que a ação às escuras dos governantes é que propicia o aumento da corrupção envolvendo iniciativa privada e pública. “A questão é mais grave nos municípios e Estados, que têm pouco controle interno”, fala.
Segundo Abramo, a culpa inicial desta degradação estatal é do administrador público, que se revela fraco moralmente na hora de proteger recursos e bens coletivos. Quem realiza a despesa é a pessoa que materializa a operação de desfalque do erário.O administrativista Fabrício Motta afirma que existe um núcleo padrão de ações ilegais na administração pública. “As compras parceladas são algumas das práticas mais comuns. Ocorre quando o agente público quer burlar a concorrência. Ele realiza várias compras abaixo do valor permitido. Tal prática é muito utilizada nas compras de combustível”, explica o jurista.
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Fonte: DM
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