Páginas

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Depois da cisterna, o lar

De bermuda, camiseta e chinelas havaianas, a dona de casa Irene de Araújo Pereira, 36, recebeu ontem a reportagem do DM na chácara onde mora, no Setor Vale das Brisas, em Senador Canedo. Tranqüila, lúcida e monossilábica nas respostas, a mãe biológica do garoto M.P.M., 8, que passou oito dias dentro de uma cisterna, afirma que acompanhou o drama do filho pela imprensa. Ela diz que durante esse período esteve na casa de uma amiga, que mora a poucos metros da chácara onde o garoto caiu. “Nunca imaginava que ele estaria ali”, disse.

Irene voltou, por volta da meia-noite de segunda-feira (18), para a sua casa. Antes de retornar, passou e parou por alguns minutos em frente à chácara onde M. esteve desaparecido. “Não tive coragem de ir mais próximo ao buraco. Senti uma coisa ruim, mas vi ainda os sinais dos pneus do carro do Corpo de Bombeiros.” Irene abandonou o filho na noite de sábado (16) no Hospital Materno-Infantil (HMI), cerca de sete horas após o resgate feito pelo Corpo de Bombeiros. O menino, enquanto estava na cisterna, se alimentou de capim e barro. Para saciar a sede, bebeu água suja da chuva.

Questionada por que abandonou o filho, a dona de casa afirma que não suportou ficar no hospital. Saiu do quarto naquela noite para fumar. Pensou em voltar para Senador Canedo. Pegou o ônibus e cumpriu o desejo. Só que o destino não foi a sua casa. “Quando voltei naquele dia fiquei na rua, depois fui para a residência de uma amiga.”

Mais

Nenhum comentário: