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domingo, dezembro 17, 2006

Política - Deivison: fisiologismo assumido

Com constrangimento – ‘pero no mucho’ – vereador aceita mudar de lado depois de articulação já fechada


É inusitado imaginar o futuro presidente de um dos poderes correndo, escoltado por um segurança e com ar de fugitivo, pelos corredores do local onde logo será a autoridade máxima. Esta cena, contudo, ocorreu pra valer. Eleito presidente da Câmara Municipal de Goiânia para o biênio 2007/2008, Deivison Costa (PMDB e, daqui a pouco, futuro tucano) é o protagonista deste ato. Não lhe restou alternativa a não ser sumir do plenário depois de divulgado o resultado da eleição para a Mesa Diretora. Difícil imaginar um presidenciável de cabeça baixa, que não encara os olhos de seus pares durante o processo de votação onde ele sabia previamente que se consagraria vitorioso. E o que dizer do silêncio absoluto diante dos protestos acalorados de vereadores que o acusavam de traição.

"Olhe pra mim, Deivison. Olhe pra mim enquanto eu voto", gritava Pedro Azulinho (PSB). "Tenho caráter e palavra", desafiou Josué Gouveia (PTC). As declarações dos dois vereadores denotam a tensão que tomou conta do plenário na última quinta-feira, 14. Mas por que tanta revolta com o novo presidente se ele, como qualquer outro político, tem o direito de mudar de partido na hora em que bem entender e fechar apoio com um grupo do qual ele, em um primeiro momento, era adversário?

"Engraçado! Por que vocês não falam do Luciano (Pedroso, PPS), do Amarildo (Pereira, PRP) e do (Pedro) Azulinho, que são de partidos da base do governo do Estado e votaram contra o Palácio das Esmeraldas?", indagou Cláudio Meirelles (PR), cujos aliados acusavam o trio de terem vendido seus votos em troca de cargos no Paço Municipal. Mas há pelo menos dois fatores que diferenciam os três vereadores acima citados de Deivison. Eles haviam se comprometido, horas antes da eleição, a apoiar Josué Gouveia. Assim o fizeram, votando em Bruno Peixoto (PMDB), que substituiu Gouveia. Depois, nenhum dos três tem, nas suas legendas, o cargo que o novo presidente tinha no PMDB: vice-presidente do diretório metropolitano.



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Thiago Marques
Fonte: Jornal Tribuna do Planalto

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