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terça-feira, julho 31, 2007

Brasil, um escândalo atrás do outro!


PASTA ROSA

O chamado Dossiê da Pasta Rosa foi divulgado em 1995 e consistia num conjunto de documentos que mostrava contribuição de 2,4 milhões de dólares do Banco Econômico, de Ângelo Calmon de Sá, para a campanha de 25 candidatos nas eleições ocorridas em 1990. Pela legislação, empresas eram proibidas de ajudar financeiramente as campanhas e nenhuma das contribuições foi registrada como verba eleitoral. Configura suposta prática de caixa 2. É o DNA do mensalão.

CAYMAN

O Dossiê Cayman veio a público em agosto de 1998 e foi uma das maiores fraudes políticas contra agentes públicos. Consistia numa série de documentos falsos que ligavam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador Mário Covas e os ex-ministros José Serra e Sérgio Motta a uma empresa que teria conta de 368 milhões de dólares num paraíso fiscal do Caribe. O ex-presidente Fernando Collor de Mello e o seu irmão Leopoldo Collor de Mello foram os autores da denúncia.

DOSSIÊ DANTAS

Dossiê Daniel Dantas foi noticiado em maio de 2006. Financiado pelo banqueiro Daniel Dantas, controlador do grupo Opportunity, revelava contas em paraísos fiscais vinculadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken. Nada comprovado. Prática inspirada no Dossiê Cayman.

CAIXA-PRETA DA NIKE
O contrato da empresa Nike e CBF é um dos maiores mistérios da relação entre uma entidade esportiva e a iniciativa privada. Sequer as bases dos valores chegaram a ser veiculadas em público. Comenta-se que existam cláusulas abusivas, mas aceitas pela CBF. O contrato deu origem à teoria de que a Copa da França teria sido comprado pelo país-sede. Na final, o Brasil perdeu por 3 a 0 para os donos da casa. A falta de transparência não termina por aqui: a CBF não divulga informações contratuais.Trata-se de entidade privada com força de órgão público.

MENSALÃO

A primeira crise do governo Lula surge após denúncia e abertura da “caixa-preta” do governo. O deputado federal Roberto Jefferson (PTB) acusa o governo de pagar “mesadas” para parlamentares votarem ao lado da base aliada e aprovar projetos de interesse do governo Lula. José Dirceu, ex-ministro do Gabinete Civil, é acusado de ser um dos operadores do mensalão. Marcus Valério, publicitário mineiro, seria um dos articuladores da lógica de pagamento. O Supremo Tribunal Federal (STF) avalia as provas colhidas pelo Ministério Público para ver se aceita ou não a denúncia contra o grupo.

SANGUESSUGA

Trata-se do esquema fraudulento que foi descoberto pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Se baseava na venda irregular de ambulâncias em pelo menos 11 Estados brasileiros, podendo envolver mais de 100 cidades. Envolve o nome de 64 parlamentares. O juiz Jefferson Scheneider, da 2ª Vara da Justiça Federal do Mato Grosso, encaminhou pedido para para abertura de investigação contra 63 deputados e um senador citados nas quebras de sigilo que desencadearam a Operação Sanguessuga.

CAIXA PRETA DO LEGACY

Após muita pressão das autoridades, parte dos dados da caixa preta do Legacy foi divulgada. Com restrições, os dados informam que a. torre de controle de vôos de São José dos Campos (SP) autorizou os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino, a voar na altitude de 37 mil pés até o aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, apesar de essa altitude ter se tornado “contramão” na rota após Brasília —e onde estava o Boeing-737 da Gol atingido e derrubado no choque com o jato da Embraer.

CAIXA-PRETA DA TAM

No caso do acidente com o airbus da TAM, as informações das duas caixas-pretas são consideradas sigilosas. O Brasil não tem tecnologia suficiente para decodificar as informações, por isso envia o equipamento para os Estados Unidos. Os dados do acidente da TAM só podem ser acessados por oficiais da Aeronáutica. Deputados federais podem ter acesso aos relatórios sigilosos.

EM GOIÁS

O caso mais recente de caixa-preta e briga de dossiês se refere à dívida do Estado legada pelos ex-governadores. Existem insinuações de que o rombo seja grande e de difícil controle, mas nenhum técnico do governo revela o tamanho e sua profundidade. Até agora nenhuma ação do Ministério Público ou do Tribunal de Contas do Estado (TCE) realizou qualquer questionamento. Oposição e sociedade civil reclamam por transparência desde os dois primeiros meses do atual governo. O ex-governador Maguito Vilela (PMDB), em resposta à especulação de quem é responsável pela dívida de Goiás, desafiou Marconi Perillo e base aliada para um debate e voltou à cena com um relatório sobre a crise elaborado há quase dez anos.

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