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quinta-feira, julho 26, 2007

Waldir não foi demitido, entrou em decomposição



Demoroooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooou!!! Lula tem um método peculiar de trocar ministros e funcionários graduados do governo. É um processo caoticamente meticuloso. Ele pensa duas vezes. Três. Quatro. Cinco... Analisa nomes alternativos. Ouve os amigos. Depois, decide não decidir. Mantém nos cargos os candidatos à demissão. Repete o procedimento várias vezes. Súbito, quando não há mais alternativa, a decisão está tomada. E o presidente limita-se a homologá-la.

Veja-se o caso de Waldir Pires. Não foi demitido. Definhou no cargo. O indefeso ministro da Defesa deixa a Esplanada em avançado estágio de decomposição política. Junto com ele, vão ao esquife outros insepultos cadáveres administrativos –o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, por exemplo.

Durante dez meses, o presidente da República vinha sendo convidado a gerir a crise aérea. Depois da tragédia com o Airbus da TAM, passou a ser presidido por ela. Lula faz por pressão o que não fizera por obrigação. Anuncia decisões tomadas pelas circunstâncias, à sua revelia.

A ascensão de Nelson Jobim resolverá o problema? Antes de responder, é preciso anotar uma consideração: um poste na Defesa teria mais mobilidade do que Waldir Pires. Ou seja, Jobim tem a seu favor o efeito comparação. Mas, de novo, vai resolver? Depende mais de Lula do que do novo ministro.

A crise aérea não caiu do céu. Trata-se de uma encrenca comprada a prazo, em governos anteriores. Depois de contirbuir para o aumento do passivo do setor, Lula está sendo intimado a resgatá-lo a vista. O primeiro passo é o reconhecimento da dívida. Algo que o governo ainda nao fez. Em seguida, para retirar o setor aéreo do buraco, Brasília precisa parar de cavar. Depois, terá de jogar dinheiro sobre a cratera. Muito dinheiro. A boa notícia é que, por ordem do presidente, o governo começou a fazer as contas. Melhor: decidiu socorrer-se de verbas privadas.

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