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segunda-feira, julho 30, 2007

Rio Meia Ponte vira cemitério

Só este ano, mais de 130 ocorrências de desaparecimento foram registradas na Divisão de Desaparecidos da Delegacia de Investigações de Homicídios (DEIH) de Goiânia. Dessas, 40 pessoas não foram encontradas, e os nomes de dez delas constam de uma lista que a polícia considera de prováveis vítimas de homicídios. Para a infelicidade das famílias, as evidências apontam que a chance de estarem vivas é pequena. Em comum, elas têm o fato de serem, a maioria, pardos ou negros, pobres, desempregados e de estarem envolvidos com algum tipo de atividade ilícita antes do desaparecimento.

Mas há também outra coincidência, ainda mais intrigante, relacionada ao sumiço dessas pessoas, que tem chamado a atenção do poder público. Os últimos desaparecidos que constavam da lista de prováveis homicídios foram localizados boiando nas águas de rios da capital. Foram cinco corpos no Meia Ponte e um no Córrego Caveirinha, só este mês. Desses, três foram identificados: Warlei Ferreira Lima, de 18 anos, usuário de drogas; Wallisson Ribeiro Marques, de 19; e Everton Nascimento Silva, de 18 anos, também usuário de drogas.

Apenas o caso de Wallison está solucionado. Um policial militar de Aparecida de Goiânia está preso, acusado do crime. A chefe da Divisão de Desaparecidos da DEIH, Lúcia Andréia Costa Gonçalves, que participou da investigação, explica que após uma pessoa comunicar o desaparecimento de um familiar na delegacia, a polícia inicia um levantamento para apurar os rastros da vítima. “A gente se depara com casos de todo tipo: de filhos que fogem de casa, de mulheres que abandonam os maridos, de gente que se esconde.” Esses, segundo ela, normalmente são resolvidos.

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