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terça-feira, maio 08, 2007

Denuncismo não compensa

O denuncismo vazio, que tem como único objetivo denegrir a imagem de pessoas e instituições, parece caminhar a passos largos para o esquecimento. Apontar apenas os erros, sem mostrar possíveis soluções, é uma prática fadada ao insucesso. Hoje, grandes revistas e jornais no País estão revendo o posicionamento frente a estas práticas.Professor de Ciências Políticas da Universidade Católica de Goiás (UCG), Sílvio Costa fala que o denuncismo tem vida curta. “(a denúncia) É necessária estar baseada em fatos reais e fundamentados.

A denúncia apenas pela denúncia cai no vazio, perde o sentido. Isso tem ocorrido em parte da grande imprensa.”O especialista cita o exemplo de uma grande revista de circulação nacional. Segundo ele, a publicação traz seguidas reportagens com supostas denúncias contra o governo petista. No entanto, chega ao ponto de inventar novos focos de denúncias, com o intuito de manter a tiragem. “Só que é um tiro no pé, pois o povo começa a perceber que o denuncismo mascara um posicionamento político.”Ele lembra que enquanto esta revista cai a tiragem nas bancas devido ao descrédito, outra publicação, a Carta Capital, vem aumentando a tiragem semana a semana. “Enquanto uma (revista) só ataca, a outra prefere abordar pontos positivos, com matérias menos superficiais e mais completas.”A denúncia apenas pela denúncia leva ao descrédito não apenas os meios de comunicação, mas também os personagens envolvidos, principalmente os protagonistas. A ex-senadora Heloísa Helena (PSol) é um exemplo. Ganhou os holofotes da mídia pelos ataques que fazia ao governo Lula (PT). No entanto, pouco adiantou a exposição.

Heloísa, que disputou a Presidência da República no intuito de fortalecer seu partido, não atingiu o objetivo. O PSol se mantém como uma sigla pequena na política nacional e não conseguiu aumentar os quadros de parlamentares na Câmara e Senado. “O espaço que a Heloísa Helena conseguiu na mídia foi uma concessão. É o jogo político que a grande imprensa faz. Projeta determinadas pessoas, que têm posição contrária ao governo, porque combate o adversário. O objetivo de dar espaço à ex-senadora é o de atacar o governo”, analisa o professor.Outro exemplo de político que foi para o ostracismo após fazer diversas denúncias é o do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que foi cassado pela Câmara por não ter conseguido comprovar as acusações que fez. Pivô do escândalo do mensalão, teve os direitos políticos cassados. Ano passado tentou eleger a filha deputada federal pelo Rio de Janeiro, mas fracassou. Os holofotes da mídia durante o mensalão não foram suficientes para que sua filha chegasse ao Congresso Nacional. Ainda assim, manteve a presidência do PTB.

Sucessão – Sílvio Costa comenta sobre as críticas constantes que a oposição faz ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), proposto pelo governo Lula. Segundo ele, se o presidente vier a ter sucesso com o PAC, ele fará o sucessor. Caso contrário, poderá assistir a oposição voltar ao poder. “Isso é o jogo político. Ataca-se o governo já pensando na sucessão em 2010. O problema é que a oposição precisará ter muito fôlego e denúncias para manter o ritmo até 2010.”

Veja quem caiu no ostracismo

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