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segunda-feira, maio 07, 2007

Dividida, França acomoda a direita na presidência




O conservador Nicolas Sarkozy foi eleito, neste domingo, presidente da França. Ele prevaleceu, em segundo turno, sobre a rival socialista Ségolène Royal. Obteve 53,06% dos votos, contra 46,94% dados à adversária.

Ou seja, as urnas repartiram a França praticamente ao meio. Para reunificar o país, Sarkozy terá de rebolar. Em 2005, pouco antes da convulsão que tomou conta dos subúrbios parisienses, Sarkozy referiu-se à juventude rebelde como “racaille” –ralé, em português.

Neste domingo, horas depois da divulgação do resultado da eleição, a “ralé” voltou a rugir. Enquanto partidários de Sarkozy festejavam o triunfo, jovens simpáticos a Ségolène confrontaram-se com a polícia. Portavam bastões e pedras.

A periferia de Paris também voltou a arder. Contabilizaram-se cerca de 100 carros incendiados. O número cresce para 140 quando contabilizadas também os veículos incinerados em outras cidades.


Filho do casamento de um imigrante húngaro com uma francesa de origem greco-judaica, Sarkozy é feroz inimigo dos imigrantes. Quando ocupou o ministério do Interior, baixou draconianas para deter a imigração ilegal. Incluíam a deportação.
Com a vitória do centro-direitista Sarkozy, George Bush ganhou um novo aliado na Europa. Além de Bush, o novo presidente da França é admirador declarado do primeiro-ministro britânico Tony Blair.

No primeiro pronunciamento pós-eleição, Sarkozy tratou de pregar a união nacional: "Meu pensamento vai a todos os franceses que não votaram em mim. Digo-lhes que além do combate político e das divergências de opiniões, há para mim somente uma França", disse. De resto, abraçou a causa do combate ao aquecimento global, uma bandeira mais identificada com o ideário de esquerda. A unificação exigirá, porém, muito mais do que meros discursos.

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