A operação “Passando a Limpo” da Polícia Federal desarticulou, na madrugada de ontem, um grupo de pessoas acusadas de fraudar testes da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Goiás (OAB-GO). A Justiça ordenou a prisão de 12 pessoas e a apreensão da carteira de 36 advogados que tiveram participação comprovada no esquema nos dois últimos exames da Ordem, realizados em dezembro e agosto de 2006. Outros 80 estão sob suspeita. Parte dos presos foram conduzidos à Academia da Polícia Militar, em Goiânia. Entre elas, o presidente da comissão responsável por realizar o exame da OAB, Eládio Augusto Amorim Mesquita, o vice-presidente Pedro Paulo Guerra de Medeiros e o tesoureiro da Ordem, João Bezerra Cavalcante. O 12º integrante foi preso à noite.
O presidente da OAB, Miguel Cançado, determinou a suspensão da segunda fase do exame iniciado em abril que estava marcada para hoje. O juiz da 5ª Vara Federal, Alderico Rocha Santos, expediu 26 mandados de busca e apreensão. Nas primeiras horas de sábado, sete equipes vasculharam casas de candidatos sob investigação de que participariam do exame. Um dos delegados que respondem pela operação, Ires João de Souza, afirma que a PF encontrou rascunhos que adiantavam questões que constariam na prova, maior parte delas de Direito Comercial e Penal.
Suspeita-se que a quadrilha venha agindo há pelo menos um ano. A polícia suspeita que Rosa de Fátima Lima Mesquita, servidora da OAB, seja a líder do grupo. Em sua residência, foram apreendidos dinheiro em espécie, documentos e uma relação com nomes de candidatos. Na casa de uma das aliciadoras, a polícia apreendeu R$11 mil.
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