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quinta-feira, maio 10, 2007

FHGAGA em Goiânia


Em palestra ontem a promotores, estudantes e profissionais do Direito, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o País não avançou em relação à crença na democracia porque ainda prevalecem os “princípios da amizade, de troca de favores”. Ele ilustrou seu argumento com o escândalo do mensalão e, numa explícita referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que “altas autoridades da República passam a mão na cabeça de transgressores”.Ao falar à platéia, no Congresso Grandes Nomes, realizado pela Associação Goiana do Ministério Público, o tucano não chegou a associar diretamente sua afirmação com Lula.

Na entrevista coletiva, ao ser questionado sobre o assunto, afirmou: “Ele (Lula) disse que não há nada a provar verdadeiramente contra os mensaleiros. Inclusive, achei injustiça para com Dom Paulo (Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo) e com Dom Helder (Câmara, arcebispo de Recife e Olinda, morto em 1999).” FHC referia-se à entrevista que Lula concedeu à Rede Católica de Rádio (RCR) na terça-feira, 8, quando comparou as denúncias contra os mensaleiros aos processos de “difamação” sofridos pelos dois religiosos durante o regime militar.

“Passaram-se os anos e as calúnias levantadas contra essas pessoas nunca foram provadas”, disse, ao comentar a postura de seu governo perante o escândalo, que envolveu auxiliares e amigos próximos do presidente no primeiro mandato.Na conferência, ao falar em “passar a mão na cabeça de transgressores”, FHC preferiu citar o exemplo do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que decidiu não investigar nesta legislatura parlamentares que, apesar de acusados no escândalo, foram reeleitos. “Então, se foi votado, fica absolvido o crime?”, criticou. A legitimidade do voto e o conceito de governo para maioria para a democracia foi um dos pontos centrais da palestra Democracia e Estado de Direito no Brasil de Hoje.

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