Dois projetos que tramitam no Congresso Nacional tentam impor regras que limitam a autonomia da imprensa com relação à publicação de editais de licitação pública e à cota de publicidade veiculada nos periódicos impressos. A Câmara aprovou na última quarta-feira um projeto que modifica a Lei de Licitações, acabando com a obrigatoriedade da publicação dos editais nos órgãos da grande imprensa, que poderiam se restringir apenas à imprensa oficial e ao site do órgão público responsável pela licitação. Outro projeto que tramita na Câmara, de autoria do deputado Sandro Mabel (PR), limita em 25% a quantidade de páginas destinadas à publicidade nos periódicos.Nos últimos dias, a relação entre a Câmara Federal e a imprensa não tem sido das mais amistosas. Pipocam denúncias contra deputados de um lado e, do outro, queixas de que haveria uma perseguição da mídia contra o Legislativo. No último dia 26, o presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciou que iria processar o comentarista Arnaldo Jabor pelas críticas que desferiu contra o Parlamento na Rádio CBN e incentivou seus pares a tomarem medidas enérgicas quando se sentirem caluniados pela imprensa. Ao comentar os gastos de mais de R$ 11,2 milhões com gasolina só nos primeiros dois meses desta nova legislatura, Jabor chamou os deputados de “canalhas” e foi além: “Todos sabemos que os nossos queridos deputados têm direito de receber de volta o dinheiro gasto com gasolina, seja indo para os seus redutos eleitorais ou indo para o hotel com suas amantes, ou seus amantes”, atacou. Ao anunciar sua intenção de processar o comentarista, Chinaglia alegou que estava defendendo a instituição e que todos ali tinham representação popular.
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