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quarta-feira, maio 09, 2007

PSDB quer se tornar o ‘partido da classe média’

Em meio a um processo de rediscussão interna que irá desaguar na reformulação de seu programa, o PSDB tornou-se uma legenda a procura de um rumo. O senador Sérgio Guerra (PE), coordenador da derrotada campanha presidencial de Geraldo Alckmin, disse o que pretende, afinal, o tucanato:

“O PSDB deve assumir com muita clareza a característica de um grande partido de classe média. Isso não quer dizer elite. É uma parcela dinâmica da sociedade, que é capaz de propagar um projeto de modernização. O PSDB deve ser o partido da classe média, o partido das novas idéias, um partido urbano.”

Freqüentemente mencionado como um dos políticos cotados para assumir a presidência do PSDB no final do ano, em substituição a Tasso Jereissati (CE), Sérgio Guerra coordena um grupo que tenta reestruturar o partido nos Estados. Busca-se preparar a legenda para as eleições municipais de 2008 e para a disputa presidencial de 2010.

Nesta terça, Sérgio Guerra visitou, em Belo Horizonte, o governador Aécio Neves, um dos presidenciáveis do PSDB. À saída do encontro, deu uma entrevista que foi levada ao portal do tucanato na internet. Disse que o governo Lula é marcado por dois tipos de ação.

A primeira: “Ele ajuda a elite, nunca os ricos ganharam tanto, nunca os banqueiros foram tão banqueiros e tiveram lucros tão exorbitantes”. A segunda: “Do ponto de vista do povo, o governo desenvolve uma ação de atendimento social”.
Sem mencionar especificamente o programa Bolsa Família, Sérgio Guerra citou como exemplo o que, a seu juízo, ocorre no Nordeste. “Nessa região, o governo do presidente Lula tem feito uma ação que nós não condenamos, mas que não resolve, de socorrer os pobres. País moderno é aquele que cria condições para que os pobres deixem de ser pobres, para que eles tenham a capacidade de ascender, de se criar em um novo ambiente que não o da pobreza.”
O que o senador não disse é que, sob a gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso, os lucros dos bancos eram igualmente exorbitantes. Esquivou-se de dizer também que o cartel de programas sociais de Lula não é senão o aprofundamento de programas criados ao longo dos oito anos de FHC: bolsa escola, vale-gás e coisas do gênero.

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