A última edição da revista britânica The Economist traz uma reportagem sobre a disputa que resultou na eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara. O título pendura a notícia numa interrogação: "Parlamento ou chiqueiro?"
O subtítulo trata de eliminar as dúvidas: "Uma campanha fracassada para limpar uma legislatura maculada". Na avaliação da revista, Chinaglia pode ter sido guindado a “um dos maiores e mais desregrados cargos, mas presidir a Câmara dos Deputados do Congresso do Brasil é um prêmio poderoso e muito valorizado.”
“A história irá julgar”, anota o texto, se Chinaglia “conseguiu restaurar a reputação da instituição, que está no fundo do poço.” A julgar pelo conteúdo da notícia, The Economist acha que a resposta da historiografia será negativa.
A reportagem sustenta que Chinaglia prevaleceu sobre Aldo Rebelo (PCdoB-SP) numa disputa apertada –18 votos de dianteira—marcada pela perversão: "O toma-lá-dá-cá paroquiano venceu a ética." De resto, o texto rememora as dores éticas do primeiro reinado de Lula.
Lembra que o presidente teve de jogar ao mar auxiliares de peso. Menciona especificamente o ex-chefão da Casa Civil, José Dirceu, acusado pelo Ministério Público de comandar “uma sofisticada organização criminosa”.
The Economist tem uma circulação que roça a casa de 1 milhão de exemplares. A essa altura, capitalistas do mundo inteiro ruminam a dúvida levantada pela revista. Cabe à nova direção da Câmara demonstrar que a Casa não é uma pocilga. É algo que não se faz com palavras. O esforço requer ação.
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