# Festividades de fim e início de ano fazem aumentar ocorrências
# Maioria dos agressores paga a fiança e sequer passa noite na cela
Em vigor há apenas quatro meses, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) foi responsável por 267 autos de prisão em flagrante em Goiânia. Em média, dois agressores são presos por dia. De setembro de 2005 a janeiro de 2006, foram efetuados apenas oito autos de prisão em flagrante, por estupro. O registro é da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), que remeteu 305 inquéritos ao Judiciário de 22 de setembro do ano passado a 31 de janeiro deste ano e elaborou 1.341 boletins de ocorrência de casos de violência contra a mulher. Entre os crimes de violência doméstica e familiar, física ou psicológica que configuram a lei, os mais comuns são ameaça, com 426 registros, e lesão, 360.
A delegada Aline Leal afirma que no final do ano o número de casos é maior em decorrência das festividades. “O pessoal bebe muito e o álcool é um dos grandes responsáveis pela violência”, ressalta. Em janeiro, a quantidade de atendimentos também é expressiva porque é o momento da “ressaca”, seja por crise financeira ou estresse. Só no mês passado, foram instaurados 84 inquéritos e 105 remetidos para a Justiça.
A rotatividade dos presos é freqüente, de acordo com a delegada. A maioria acaba pagando fiança, alguns nem passam a noite, e os que ficam são encaminhados para outras unidades ou para a Casa de Prisão Provisória (CPP). A policial conta que a superlotação da cadeia é freqüente e que a delegacia já chegou a receber 20 presos. “Agora estamos administrando melhor as transferências”, diz.
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