No tempo da ditadura, os militares enxergavam comunistas em toda parte. Viam comunistas infiltrados nas redações de jornal, nos bancos das universidades, no Itamaraty, na Igreja... Até no partido comunista o regime de farda achava que havia comunistas. Depois da redemocratização, a perseguição aos comunistas acentuou-se.
Hoje, os comunistas já não podem se infiltrar nem nos camarotes dos bacanas, no Sambódromo. A julgar pelo que saiu na coluna de Mônica Bergamo (assinantes da Folha), a repressão continua implacável. Aperfeiçoaram-se os métodos de tortura. Agora, veja você, os comunistas são enfiados no interior de camisetas vermelhas. Leia:
"Que Cicarelli, que nada. É o ex-senador Roberto Freire (PPS-PE) quem rouba a cena no segundo dia de camarote da Brahma, no sambódromo carioca. Copo de chope à mão, ele se recusa a usar a camiseta vermelha da marca, exigida para entrar no espaço -até Schwarzenegger já foi barrado por não usar a blusa. "Político filho da p...! Político filho da p...!", grita um empresário gaúcho. Freire, camisa azul desabotoada e encharcada de suor, não responde. O homem continua: "Comunista tem que ficar igual a todo mundo!". O clima esquenta: o rapper Falcão leva o empresário para um lado; a mulher de Freire, Marisa, puxa o marido para o outro. Mas, no meio do caminho, tinha uma poça. Freire escorrega e cai de bunda no chão.
"Tive um azar tremendo. Caí sozinho", diz ele, rindo . "E tudo por causa dessa camiseta [da Brahma] que eu não quis usar. O rapaz ficou nervoso, me xingou de "comunista" e aí a coisa começou a engrossar." E continua: "Eu não ia usar duas camisas com esse calor que está lá fora. Além do mais, eu não sou garoto-propaganda de nenhuma marca". Mas aceitou ir ao camarote da Brahma... "Ah, ninguém me disse que eu era obrigado a usar a camiseta. Eu visto a camisa que eu quiser." Minutos depois, ele desaparece do camarote."
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