Páginas

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Perseguição aos comunistas continua implacável

No tempo da ditadura, os militares enxergavam comunistas em toda parte. Viam comunistas infiltrados nas redações de jornal, nos bancos das universidades, no Itamaraty, na Igreja... Até no partido comunista o regime de farda achava que havia comunistas. Depois da redemocratização, a perseguição aos comunistas acentuou-se.

Hoje, os comunistas já não podem se infiltrar nem nos camarotes dos bacanas, no Sambódromo. A julgar pelo que saiu na coluna de Mônica Bergamo (assinantes da Folha), a repressão continua implacável. Aperfeiçoaram-se os métodos de tortura. Agora, veja você, os comunistas são enfiados no interior de camisetas vermelhas. Leia:

"Que Cicarelli, que nada. É o ex-senador Roberto Freire (PPS-PE) quem rouba a cena no segundo dia de camarote da Brahma, no sambódromo carioca. Copo de chope à mão, ele se recusa a usar a camiseta vermelha da marca, exigida para entrar no espaço -até Schwarzenegger já foi barrado por não usar a blusa. "Político filho da p...! Político filho da p...!", grita um empresário gaúcho. Freire, camisa azul desabotoada e encharcada de suor, não responde. O homem continua: "Comunista tem que ficar igual a todo mundo!". O clima esquenta: o rapper Falcão leva o empresário para um lado; a mulher de Freire, Marisa, puxa o marido para o outro. Mas, no meio do caminho, tinha uma poça. Freire escorrega e cai de bunda no chão.

"Tive um azar tremendo. Caí sozinho", diz ele, rindo . "E tudo por causa dessa camiseta [da Brahma] que eu não quis usar. O rapaz ficou nervoso, me xingou de "comunista" e aí a coisa começou a engrossar." E continua: "Eu não ia usar duas camisas com esse calor que está lá fora. Além do mais, eu não sou garoto-propaganda de nenhuma marca". Mas aceitou ir ao camarote da Brahma... "Ah, ninguém me disse que eu era obrigado a usar a camiseta. Eu visto a camisa que eu quiser." Minutos depois, ele desaparece do camarote."

Nenhum comentário: