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terça-feira, fevereiro 20, 2007

No Carnaval, a mulher vira inimiga do feminismo



O signatário do blog é um entusiasta da causa feminista. Repetindo: um arrebatado entusiasta. E é como simpatizante que o repórter dirige meia dúzia de frases às mulheres. Para começar, um conselho: esqueçam o homem. O macho já não é o grande inimigo. O maior adversário da causa feminina é a mulher.

Sim, isso mesmo. A mulher arrisca-se a virar um Silvério, um Judas do feminismo. Está-se falando de um tipo específico de traidora: a fêmea-foliã. Pode-se enxergar o Carnaval de diversos ângulos. Do ponto de vista sociológico, é uma manifestação genuína de nossa cultura popular. Submetido à ótica da Igreja, não passa de uma festa pagã.

Finalmente, filtrado pela lente da câmera de TV, o Carnaval transforma-se na bastilha do feminismo. A cada nova temporada carnavalesca, a luta libertária da mulher é como que esquartejada em meia dúzia de cenas. O cinegrafista a serve em pedaços. Esfrega na cara do telespectador ora o seio, ora a nádega. Ora o umbigo, ora o púbis.

Como se fosse pouco, a TV, por vezes, dá forma auditiva à degradação feminina. Despeja diante do telespectador pequenas entrevistas em que certas fêmeas expõem a pior forma de nudez: a nudez cerebral.

A mulher passa o ano tentando provar sua superioridade. E, nos escassos quatro dias de Carnaval, torna-se o mais suicida dos seres. As imagens acima dão uma idéia do desafio imposto pelas foliãs às feministas.

O repórter, embora simpatizante da causa, não é cego. Por isso, exime-se de condenar os machos que queiram testemunhar a autodegradação da fêmea. Elas, as feministas, que voltem a queimar sutiãs em praça pública. O retorno ao passado talvez seja, a essa altura, o único modo de salvar o movimento tradicional, hoje reduzido a um movimento de quadris.

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