Páginas

quarta-feira, outubro 03, 2007

Expulsão da Rotam da Assembléia gera crise



A possível troca de comando na Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) gerou insatisfação na sessão de ontem da Assembléia Legislativa. O deputado Evandro Magal (PSDB) foi à tribuna defender o comandante Wellington Urzeda, que estaria sendo substituído em virtude da crise criada com a visita de membros da corporação ao Parlamento na semana passada. Um grupo de militares, sob o comando de Urzeda, entrou armado em plena sessão ordinária, mas acabou sendo encaminhado às galerias da casa sob protestos de parlamentares da oposição. O fato foi visto pelos oposicionistas como intimidação ao deputado Mauro Rubem (PT), que teria dito em plenário que a Rotam era a “banda podre” da Polícia Militar. O desconforto entre a Assembléia e a Rotam teria feito o secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller, decidir pela troca do comandante.

O deputado Evandro Magal, que fez o convite aos membros da Rotam a visitarem a Assembléia, disse em discurso que deixaria o Parlamento caso Wellington Urzeda seja retirado do comando da Rotam. “Eles vieram aqui numa visita de paz e não fizeram protestos. Se ele (comandante) sair por esse motivo, seria uma desmoralização à minha pessoa e ao parlamento”, argumentou o deputado. Para prestigiar o comandante da Rotam, Evandro Magal ainda conseguiu aprovar projeto que concede a Medalha do Mérito Legislativo a Urzeda.

Para acalmar o deputado, o líder do governo, Hélder Valin (PSDB), informou que a possível substituição do comandante da Rotam não teria como motivação a malsucedida visita dos membros da corporação à Assembléia. Segundo ele, a mudança seria uma movimentação normal dentro da corporação e já estaria prevista anteriormente. A justificativa teria partido do secretário Ernesto Roller e do próprio governador Alcides Rodrigues, em conversa com Hélder Valin e o deputado Coronel Queiroz (PTB). O petebista também foi em defesa dos militares da Rotam. “A PM não veio aqui para protestar. Os militares estavam desinformados com relação ao acesso à Assembléia”, disse o coronel.

O deputado Túlio Isac (PSDB) considera um equívoco o afastamento de Wellington Urzeda do comando da Rotam, tendo como base a presença de armas em plenário. Túlio lembrou que os militares foram como convidados por um deputado. “Quando o Luis César disse que o regimento da Casa proíbe a presença de pessoas armadas em plenário, eles saíram imediamente.” O deputado Fábio Sousa (PSDB) também minimizou o episódio envolvendo a Rotam e pediu para que o episódio não seja transformado em fato político. “Tudo não passou de um mal-entendido”, disse. O líder da oposição, deputado José Nelto (PMDB), deu o episódio como encerrado. Mas, antes, lembrou que a Rotam e a Assembléia passaram por um desgaste desnecessário. “O que ocorreu é que os militares não foram alertados pela assessoria da Assembléia de que não deveriam entrar armados em plenário”, lembrou José Nelto. O presidente da Assembléia Legislativa, Jardel Sebba (PSDB), prometeu estudar medidas para evitar novos problemas.

Nenhum comentário: