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quarta-feira, outubro 10, 2007

Lula promete construir via que ligará Goiás a Santos

Carolina Oliveira
Da editoria de Economia

O presidente Lula prometeu voltar, até o fim de seu mandato, para inaugurar via direta que liga Goiás ao Porto de Santos. A promessa foi feita ontem em Anápolis durante a inauguração da duplicação de 121 quilômetros da rodovia BR-060, que liga Brasília a Anápolis. “Voltaremos nessa rodovia, ainda no meu governo, para anunciar essa ligação, pois vamos fazer esta via chegar ao Porto de Santos até o final do meu mandato”, garantiu.Na ocasião, o presidente também prometeu entregar, até o final do seu governo, 1.234 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul (do Pará a Goiás) e 1.900 da Ferrovia Transnordestina (sudeste do Piauí ao Porto de Suape, em Pernambuco). “Agora os deputados não precisam mais gastar três horas entre Goiânia e Brasília. O trajeto pode ser feito em uma hora e meia, mas com respeito aos limites de trânsito”, brincou Lula.


Disse ainda que não há investimento em infra-estrutura brasileira desde o governo Geisel (1974 1979), o que, segundo ele, “atrofiou” o Brasil. O trecho total também ganhou novo traçado para as ‘sete curvas’. Há 30 anos, lembrou Lula, quem passava pelo Centro-Oeste dizia que a terra era imprestável e que não comportava nenhum tipo de cultura pelas árvores de troncos torcidos. “Após investimentos e pesquisas na região, hoje pode-se dizer que é o único lugar do mundo com produção de grãos de qualidade, o grande celeiro de grãos, etanol e biodiesel”, destacou. A solenidade contou com a presença do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, dos governadores de Goiás, Alcides Rodrigues, e do Distrito Federal, José Roberto Arruda.


Estiveram presentes os prefeitos de Goiânia, Iris Rezende, e de Anápolis, Pedro Sahium, entre autoridades políticas e empresariais. Na ocasião, Lula também prometeu entregar 1,9 mil quilômetros da Ferrovia Transnordestina (sudeste do Piauí ao Porto de Suape, em Pernambuco) no mesmo período. Além da BR 060, o Centro-Oeste será beneficiado com a duplicação da BR-070, com obras iniciadas que já contam com R$ 63,8 milhões contratados, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão do Ministério dos Transportes é duplicar 16,2 quilômetros, com previsão de conclusão em dois anos.


Está prevista também a restauração de um trecho da BR-070 até Cocalzinho de Goiás, com 66 quilômetros de extensão, distância da divisa com o Distrito Federal.InvestimentoAs obras na BR-060 começaram em 1998 e foram concluídas em setembro. De acordo com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) de Goiás, foram gastos R$ 265 milhões no trecho, sendo R$ 173,6 milhões no governo Lula e R$ 91,4 milhões durante a gestão FHC. Desde o dia 27 de setembro, a pista dupla está liberada para trânsito.Agora, os 171 quilômetros que ligam Brasília a Goiânia foram duplicados, de acordo com o Ministério dos Transportes.


A duplicação no primeiro trecho, de Goiânia a Anápolis, foi realizada entre 1981 e 1996, com investimento de cerca de R$ 37 milhões, conforme montante calculado na época, sem atualização. A restauração total dos dois trechos demorou 26 anos para ser concluída. As melhorias irão beneficiar cerca de cinco milhões de pessoas que vivem nos municípios goianos atravessados pela rodovia (Alexânia, Abadiânia, Anápolis, Goianápolis e Goiânia), por onde 12 mil veículos passam diariamente. A BR-060 tem extensão de 1,3 mil quilômetros, desde Samambaia, no Distrito Federal, até a fronteira com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul.


O PAC prevê R$ 24,1 bilhões para a Região Centro-Oeste, sendo R$ 3,8 bilhões em infra-estrutura logística, R$ 11,6 bilhões para o setor energético e R$ 8,7 bilhões para o setor social e urbano. No segmento de transportes, serão aplicados R$ 3,5 bilhões na região. Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento citou o orçamento destinado para Goiás em 2003, de R$ 13 milhões para o setor, quando 80% da malha rodoviária federal no Estado era intrafegável. “Em 2007, o orçamento foi de R$ 370 milhões e, para 2008, será de R$ 450 milhões”.

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